sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Poema-homenagem ao GÊNIO Carlos Drummond de Andrade

Neste poema, eu (J.Arrais) exploro a grandiosidade do poeta itabirano que contemplou a vastidão do mundo de dentro de seu coração pequeno e cantou a brasilidade de nossos gestos.

Para Drummond
Aos moradores da terra tupi
habitantes dos topônimos
arraigados de brasilidade
lama e miséria.
Eis-me desterrando encontros
vocábulos híbridos Etnia multi
tomada por variações pospostas e antepostas:
Colisão lexical sem cessar.
Esta guerra espia o mundo vasto
do poeta escondido em coração pequeno
que não pergunta nada.
-Toada contemplativa.
Depois das mãos meus olhos
rechiam-se ante este rio de grinaldas
em meio aos buracos no asfalto
e lacunas na vegetação
Moça velha perdida!
(saúdo-te Galo da madrugada)
A moça espanta-se com a suspensão da mão fatigada
ainda falta uma letra
ainda falta um nome
ainda falta uma propriedade
substantiva que proteja a contemplativa
relíquia suave enxugada
pela lembrança da chuva
Oh! Antítese circunflexa
Lavre a intensidade funcionalística do desencontro
em que se ninguém é capaz de falar
ninguém será capaz de ouvir!
mensagens que não se alcançam
o sim desafia o fim
e os moldes das massas na forma de passas.
A viagem humana galáctica
coloniza civiliza
desumanizando as essências
na revelação de suas descobertas inócuas
Alegria torna-se pedante
de-as-gre-ga-do-ra só constrói a dor
Às vezes pomos o pé no chão quente
e queimamos a alma desmontamos os abraços
e ela foge por entre as bandeirolas.
Ainda falta um nome
genealogia imediata da presença
Rogo aos poderes violentos da poesia
mais fortes do que eu mais sóbrios do que a compulsão
de expulsá-los para o espaço domado decifrável.
O papel embrulha os brasões insuspeitos do meu coração
vítimas desta vida mouca.O poeta desliga-se da obra
faiscando como borboleta por entre ausências definitivas.
Assazmente seu nome é confessado
Itabirano-Minas-Brasis fogueiras despetaladas
no labirinto tupi do grande império perdido.

Este poema faz parte do primeiro livro de J.Arrais, ORFANDADE DAS MANHÂS, que será lençado em 2010.

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