sexta-feira, 5 de março de 2010

Da Bahia

"O que seria da música baiana sem as vogais"
Lulu Santos

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Poesia concreta

A rua guarda o abatimento dos dias e os embrulha em papel de pão.
J.Arrais

Poema-homenagem ao GÊNIO Carlos Drummond de Andrade

Neste poema, eu (J.Arrais) exploro a grandiosidade do poeta itabirano que contemplou a vastidão do mundo de dentro de seu coração pequeno e cantou a brasilidade de nossos gestos.

Para Drummond
Aos moradores da terra tupi
habitantes dos topônimos
arraigados de brasilidade
lama e miséria.
Eis-me desterrando encontros
vocábulos híbridos Etnia multi
tomada por variações pospostas e antepostas:
Colisão lexical sem cessar.
Esta guerra espia o mundo vasto
do poeta escondido em coração pequeno
que não pergunta nada.
-Toada contemplativa.
Depois das mãos meus olhos
rechiam-se ante este rio de grinaldas
em meio aos buracos no asfalto
e lacunas na vegetação
Moça velha perdida!
(saúdo-te Galo da madrugada)
A moça espanta-se com a suspensão da mão fatigada
ainda falta uma letra
ainda falta um nome
ainda falta uma propriedade
substantiva que proteja a contemplativa
relíquia suave enxugada
pela lembrança da chuva
Oh! Antítese circunflexa
Lavre a intensidade funcionalística do desencontro
em que se ninguém é capaz de falar
ninguém será capaz de ouvir!
mensagens que não se alcançam
o sim desafia o fim
e os moldes das massas na forma de passas.
A viagem humana galáctica
coloniza civiliza
desumanizando as essências
na revelação de suas descobertas inócuas
Alegria torna-se pedante
de-as-gre-ga-do-ra só constrói a dor
Às vezes pomos o pé no chão quente
e queimamos a alma desmontamos os abraços
e ela foge por entre as bandeirolas.
Ainda falta um nome
genealogia imediata da presença
Rogo aos poderes violentos da poesia
mais fortes do que eu mais sóbrios do que a compulsão
de expulsá-los para o espaço domado decifrável.
O papel embrulha os brasões insuspeitos do meu coração
vítimas desta vida mouca.O poeta desliga-se da obra
faiscando como borboleta por entre ausências definitivas.
Assazmente seu nome é confessado
Itabirano-Minas-Brasis fogueiras despetaladas
no labirinto tupi do grande império perdido.

Este poema faz parte do primeiro livro de J.Arrais, ORFANDADE DAS MANHÂS, que será lençado em 2010.

Projeto Integração

frases geniais


"A esperança é o urubu pintado de verde"

Mário Quintana

A saudade é o tempo que se esquece de nos abraçar
J.Arrais